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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Diversidade religiosa na expressão da religiosidade



Por Levi Costa

Quando a vida religiosa não passa de mera religiosidade, a nossa visão de mundo e de vida é visto quase sempre pela ótica religiosa, pelas lentes da religião. Porém, tal religião se resume a uma crença pessoal daquilo que o próprio religioso admite como sendo bom ou mau. Portanto, é a partir dessa ótica pessoal que se é induzido a definir o certo e o errado em tudo o mais diante de nós.

O perigo dessa religiosidade, é que ela nos leva a interpretar a vida a partir de um modo pré-definido que passa pelas lentes do nosso próprio senso religioso. Então, não conseguimos enxergar nada que não se amolde ao que já aprovamos segundo os nossos próprios critérios pessoais. Daí o que se passa a buscar nos outros não é fazê-los participantes da fé, ao contrário, o que se deseja mesmo é que os outros passem a ver as coisas e viver a vida a exemplo do nosso próprio modo de ser. Quando isso não acontece, passamos a enxergá-los como contrários a nós, gente que não se enquadra em nosso senso religioso pessoal. 

Para que um estilo de vida religiosa se sustente, se faz necessário cumprir rigorosamente as práticas que a religião exige da pessoa, porque o ser religioso depende do fazer para existir, ou seja, os rituais validam a crenças e satisfazem o indivíduo pelo senso do dever cumprido. Mas a fé não se define como crença que leva à práticas religiosas, ela significa a total dependência daquele de quem a própria fé é um dom. Assim, não é pelo que fazemos ou deixamos de fazer, não é uma questão de fazer para merecer, é crer para receber, o que passa disso não é mais que religião, uma mera religiosidade imposta ao homem. 

Há no meio religioso uma diversidade de opções que visam atender às preferências religiosas das pessoas. Podemos dizer que a religiosidade é como uma grande colcha de retalhos com cores e tons variados, ao gosto de cada pessoa. Assim, na religiosidade, como no caso das cores, cada um tem o seu gosto e preferência por esta ou por aquela religião que melhor atenda a esses gostos e preferências. É por isso que quando discutimos a preferência religiosa de alguém, terminamos por levantar acirradas e acaloradas discussões de caráter religioso, gerando impasses e debates tensos entre as partes envolvidas.

Quando as instituições religiosas não agradam nem satisfazem aos anseios das pessoas, cria-se uma nova modalidade religiosa que, com o passar do tempo, vai agregando mais e mais pessoas que se identificam com essa nova opção de modalidade religiosa, foi o que ocasionou (e tem ocasionado), as várias dissidências religiosas ao longa da história. Assim, fica evidente a diversidade religiosa das pessoas na expressão de sua religiosidade, pois o ser humano é, em seu ser, um ser religioso.

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